"Superar desafios é a essência da força humana; juntos, construímos um mundo mais inclusivo e acessível para todos."
Género e Deficiência em Moçambique
Em Moçambique, o Censo Nacional de 2017 revela que há mais de 700.000 pessoas com deficiência no país. Esta estimativa abrange adolescentes e jovens, muitos dos quais residem em áreas rurais onde os níveis de pobreza são elevados. Nessas regiões, o acesso a serviços essenciais como saúde e educação é frequentemente limitado ou inexistente, colocando essas pessoas entre as mais pobres e vulneráveis da sociedade
Em Moçambique, aproximadamente metade das mulheres, tanto com quanto sem deficiência, foram vítimas de violência física ou sexual em algum momento de suas vidas. Notavelmente, 76% dos casos denunciados às autoridades envolvem mulheres, o que indica que mais de três quartos das agressões sexuais são direcionadas a elas.
A exclusão social pode afetar as pessoas de diversas maneiras, incluindo por deficiência, religião, status social e gênero. Essas interseccionalidades criam múltiplas camadas de marginalização, e deficiência e gênero são dois aspectos que merecem atenção especial. Mulheres e meninas com deficiência enfrentam uma "dupla" barreira de exclusão: além da discriminação associada à deficiência, elas também enfrentam estereótipos e preconceitos relacionados ao gênero. Isso as torna ainda mais vulneráveis e frequentemente as exclui do processo de tomada de decisão sobre seus próprios direitos, exacerbando a violação dos seus direitos e a sua participação social. A ADEMO está comprometida em abordar essas interseccionalidades e trabalhar para uma inclusão mais equitativa e completa.
Equidade de Género
Em todas as sociedades, existem diferenças e desigualdades significativas entre homens e mulheres em aspectos como papéis, relações de poder, responsabilidades, conhecimento, divisão de trabalho e acesso a recursos. Frequentemente, as questões de gênero são simplificadas como "questões das mulheres", mas é importante reconhecer que o conceito de gênero abrange tanto a vida das mulheres quanto a dos homens, além das interações entre eles.
A igualdade de gênero visa assegurar que mulheres e homens desfrutem das mesmas condições, visibilidade, participação e oportunidades dentro da sociedade. Isso não implica que mulheres e homens devem ser idênticos ou agir da mesma maneira, mas sim que ambos devem ter os mesmos direitos e oportunidades para alcançar seu potencial pleno.
Liberdade de expressão e opinião e acesso à informação
As reuniões no bairro são a forma mais comum para receber informação do Governo local e para planificar o trabalho comunitário, por exemplo, a limpeza do bairro. Todas raparigas e mulheres, rapazes e homens com deficiência assistem às reuniões dos bairros. No entanto, poucas levantam a sua voz, embora os chefes dos bairros digam que as pessoas com deficiência falam durante as reuniões “são os primeiros a falar e choram por necessidade”1. Não são tomadas “todas as medidas apropriadas” para assegurar que pessoas com deficiência auditiva ou visual consigam participar em pé de igualdade: “porque ninguém está lá para interpretar para uma pessoa com deficiência auditiva, salvo que esteja um amigo que entenda um pouco da língua de sinais.”2
Nossas Abordagem
Nossas extrategias por meio de uma abordagem cidadã, busca orientar as famílias (grande parte pessoas com deficiencias e mães solos) sobre os direitos sociais, possibilitando o acesso às políticas e benefícios existentes, informando os meios para a garantia e consolidação dos direitos e, portanto, empoderando-as para o seu protagonismo social.